Cidades Estranhas | Seu Próximo Jogo #08
nesta edição: histórias misteriosas e divertidas em cidades estranhas e esquecidas
Bom dia pra você do outro lado da tela! Essa é a oitava edição da sua curadoria semanal de jogos de jogos únicos, marcantes e com personalidade ― quem sabe você não encontra aqui Seu Próximo Jogo? Meu nome é Gabriel Toschi e eu hoje vou poder falar de um dos meus jogos favoritos da vida! Sabia que você pode comentar comigo se jogar alguma coisa que eu indiquei? Eu ia ficar muito feliz em saber…
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na edição de hoje: meu convite para turistar em Beacon Pines e St. Mystere, duas cidades estranhas com mistérios prontos para serem desvendados
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Beacon Pines
era uma vez a minha primeira visual novel
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Em jogos de tabuleiro, é comum se falar de “jogos de entrada” ― jogos que tendem a ser mais simples e acessíveis, mas introduzem conceitos famosos do mundo dos boardgames. Eu sempre defendi que esse termo fosse usado para videogames também, com títulos que ajudassem pessoas a conhecer novos gêneros de jogos sem necessariamente ter de se entregar às clássicas características e problemas dele. Pra mim, Beacon Pines foi o meu “visual novel de entrada” e que fez um ótimo trabalho em me entregar uma experiência divertida e intrigante.
A história segue a vida de Luka, um pequeno alce que vive na fatídica, pequena e distante cidade de Beacon Pines. No passado, o vilarejo já tinha sido o grande expoente de um milagroso fertilizante para plantações, mas desde um estranho acidente químico, a fama e a moral de todos ali era apenas uma memória. Desde que uma nova empresa se instalou por lá, entretanto, coisas estranhas começaram a acontecer… e Luka, junto com seus amigos (e você), quer encontrar explicações para tantos segredos.
O mais interessante é que nós, como jogadores, não controlamos exatamente Luka. Na verdade, desde o começo, somos convidados por uma misteriosa narradora a ler com ela um livro mágico. Com diversos finais e palavras faltando em momentos decisivos, ela pede a sua ajuda para encontrar o fim feliz da história e conhecer mais sobre aquele mundo. Enquanto você passa pelas consequências não-tão-legais, você ganha Charms, palavras especiais que preenchem as lacunas do livro e constroem uma árvore de possibilidades. Cada “futuro alternativo” dá mais pistas pra nós sobre os mistérios da cidade, dando aquela incrível sensação de resolver o mistério antes mesmo das próprias personagens.
Histórias ramificadas, múltiplos finais, personagens profundos e uma trama envolvente: nada disso é novidade para quem ama visual novels. Mas, pra mim, a forma como Beacon Pines traz tudo isso da sua própria maneira ― incorporando as ramificações dentro da proposta do jogo e dando mais dinamismo ao mover os personagens pelos lindos cenários do livro ― é o que me fez me divertir do começo ao fim e ficar triste que acabou. Ele realmente foi a minha porta de entrada pro mundo da ficção interativa? Provavelmente não, mas eu quero muito que outros tentem como ele tentou.
Beacon Pines
por Hiding Spot, Fellow Traveler
Professor Layton and the Curious Village HD
todo puzzle tem uma resposta (mesmo)
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Poucas séries de videogame me marcaram tanto quanto Professor Layton que é até estranho eu ter demorado tanto pra falar dela nessa newsletter. A história de Hershel Layton, esse professor de arqueologia que é mestre em resolver puzzles, e de Luke Triton, seu jovem aprendiz, me acompanharam pelos últimos anos da minha vida. Eu ri, eu me diverti, eu chorei no final e fui marcado por personagens, histórias e muitos, muitos puzzles.
Então, até o fim desse texto, eu vou tentar te convencer a jogar Professor Layton and the Curious Village, o primeiro jogo da franquia, um clássico do Nintendo DS e, agora, presente no seu celular pra não ter desculpa.
Tudo começa com Layton e Luke recebendo um convite para visitar a estranha cidade de St. Mystere. Desde a morte de um rico barão, muitos visitam a cidade para tentar desvendar o mistério da Maçã Dourada: aquele que o fizer herdará todos os tesouros do barão. Uma boa parte do jogo funciona como um adventure de apontar e clicar, explorando a cidade, encontrando novos caminhos, falando com novas pessoas e afins. Mas, como você já deve pensar, essa cidade (e seus moradores) são muito estranhos. Especificamente, eles são fissurados com puzzles!
A outra metade do seu tempo em qualquer jogo da série Layton vai ser resolvendo esses puzzles. E quando eu falo em puzzles, eu quero que você imagine uma revistinha da Coquetel, um almanacão da Turma da Mônica ou até enigmas de escape room. São mais de 100 puzzles espalhados durante toda a história, com uma variedade enorme de tipos de desafios. Alguns são de arrastar blocos, alguns são de resolver enigmas, alguns são literalmente uma Torre de Hanói. Caso fique preso em algum lugar, ainda tem como achar moedinhas espalhadas no cenário para comprar dicas ou desenhar na tela pra ajudar a cabeça a pensar.
Por mais que vários puzzles não sejam obrigatórios, eles liberam itens necessários para três minigames especiais, que desbloqueiam ainda mais puzzles no fim do jogo. Quanto melhor você for nos enigmas, mais Picarats você ganha - e essa pontuação também desbloqueia conteúdo exclusivo. No fim das contas, é nesse ciclo de exploração e resolução de puzzles que os mistérios de Curious Village vão se desenrolando e conhecemos cada vez mais sobre seus moradores.
O que será que realmente acontece em St. Mystere? Qual é o verdadeiro tesouro da Maçã Dourada? Fica o meu convite para entrar de vez numa das minhas séries preferidas de videogame.
Professor Layton and the Curious Village: HD for Mobile
por Level-5