(Re)imaginando | Seu Próximo Jogo #09
nesta edição: ideias incríveis para imaginar novos mundos e reimaginar clássicos conhecidos
Bom dia pra você do outro lado da tela! Essa é a nona edição da sua curadoria semanal de jogos de jogos únicos, marcantes e com personalidade ― quem sabe você não encontra aqui Seu Próximo Jogo? Meu nome é Gabriel Toschi e você já deve ter percebido o quanto eu gosto de jogos com propostas e execuções bem diferentes… Se não percebeu ainda, essa edição vai definitivamente te ajudar.
Aliás, se quiser ler mais sobre o primeiro jogo da edição de hoje, tem minha análise do jogo lá no CosmoNerd!
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na edição de hoje: boas ideias sempre devem surgir (e ressurgir quando alguém tiver uma ideia ainda melhor)
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RPG Time: The Legend of Wright
nada pode parar a imaginação de uma criança
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Poucas coisas ficaram comigo desde a infância quanto a vontade de comer chocolate, o gosto por música ruim e a paixão por fazer jogos. Eu ainda lembro do pequeno Gabriel, com seus 6 anos, cortando e rabiscando papel na mesa da cozinha tentando fazer um jogo incrível, com aventuras especiais e mágicas. Os meus jogos nunca foram pra frente, mas o sentimento da imaginação pura e sincera sempre ficou comigo ― e aflorou desde a primeira vez que vi um trailer de RPG Time: The Legend of Wright.
A história que é contada pra você não poderia ser mais clássica em sua premissa: o mal atacou o Reino da Luz e capturou a princesa; o único que pode enfrentar os desafios e salvá-la é Wright, o herói cavaleiro. Mas o que realmente importa é quem está contando essa história: Kenta, seu amigo de escola, que criou, desenhou e montou o seu próprio jogo. Você fica com a parte fácil de jogar e experimentar tudo que ele tem a te mostrar.
Não sei se já teve uma obra que capturou tão bem o que é a imaginação de uma criança como RPG Time. Ao invés de um RPG clássico, o jogo é quase uma sequência de minigames sem fim, mostrando toda a criatividade de Kenta e sua habilidade com desenho, artesanato e escrita. Você vai de um jogo de beisebol, pra um puzzle de plataforma, pra uma corrida de carros e pra um escape room em um piscar de olhos, sempre somando aos incríveis personagens e a maluca história que vai se formando. Todo o jogo é literalmente jogado da sua carteira na escola, com cadernos, caixas de papelão e personagens feitos de miçanga aparecendo pra compor o jogo. Sério, sua “espada” é literalmente o seu lápis!
Acho que eu já falei bastante na newsletter sobre como eu aprecio a sinceridade em jogos. Quando existe uma proposta e ela é seguida até o fim, quando existe um esforço para que aquela mensagem seja realmente passada por meio de uma mídia interativa. RPG Time: The Legend of Wright é sobre uma criança feliz, cheia de imaginação, que tem um sonho e a vontade de te fazer sorrir enquanto joga seus jogos. Não teve como eu não me emocionar e não tem mesmo como não recomendar pra qualquer um que adora jogos.
RPG Time: The Legend of Wright
por DeskWorks Inc., Aniplex Inc.
Pac-Man Championship Edition DX+
quando um jogo de 1980 faz seu coração acelerar
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Ah, os clássicos. Jogos que desafiaram o conceito do que era jogar videogame e marcaram não só a sua época, assim como todas que vieram depois. Pac-Man é um deles. Sinônimo de “videogame”, a bola amarela da Namco é conhecida por praticamente todo mundo, tenha sido por ter jogado o arcade original, uma de suas cópias ou pelo filme ruim do Adam Sandler.
Na verdade, eu não acho que muita gente tenha jogado o Pac-Man original e, sendo sincero, não sei se ele tem o mesmo apelo mais de 40 anos depois. Se você quer um jogo para o século XXI, Pac-Man Championship Edition DX+ é a minha sugestão.
Não que eu precise explicar como joga Pac-Man, mas vou fazer isso mesmo assim pela completude do texto: você é uma bola amarela que come bolinhas num labirinto escuro enquanto foge de fantasmas. Seu objetivo é comer todas as bolinhas antes que perca todas as suas vidas para ir para a próxima fase. Bolinhas especiais te dão o poder de comer os fantasmas por alguns segundos e respirar um pouco.
Nessa nova versão, as coisas estão mais frenéticas. Você está em um labirinto fixo e as partidas duram sempre 5 ou 10 minutos. Cada metade do labirinto tem uma sequência única de bolinhas com uma fruta na ponta: ao pegar a fruta, o lado oposto é atualizado com novas bolinhas e frutas.
O grande pulo do gato são os fantasmas que dormem ao lado das sequências. Ao passar perto deles, os fantasmas acordam e começam a te seguir. Depois de alguns segundos, você começa a formar uma fila gigantesca de fantasmas atrás de você, até que você pega uma das bolinhas especiais! É hora de destruir completamente a fila de 30, 40 fantasmas que estão atrás de você de uma só vez, causando uma das maiores catarses de toda a história dos jogos.
Essa sensação de criar um combo enorme de fantasmas e destruí-lo todo de uma vez não parece tão legal no papel quanto é realmente jogando. O visual neon, a música numa crescente que culmina no fim do tempo, os controles super precisos, tudo ajuda pra realmente construir uma experiência muito maluca. Ainda lembro de como o meu coração palpitava ao fim da primeira partida de Pac-Man Championship Edition DX+.
Eu realmente não sei como eu fiquei tão feliz em jogar Pac-Man. Clássicos sempre marcarão época, mas àqueles que entendem o motivo deles terem esse título e conseguem ser em frente são os grandes gênios do futuro.
Pac-Man Championship Edition DX+
por Mine Loader Software, Bandai Namco