Rodar, Girar, Circular | Seu Próximo Jogo #10
nesta edição: jogos sobre girar no ritmo da música e rodar até querer rodar mais
Bom dia pra você do outro lado da tela! Essa é a décima edição da sua curadoria semanal de jogos de jogos únicos, marcantes e com personalidade ― quem sabe você não encontra aqui Seu Próximo Jogo? Meu nome é Gabriel Toschi e estou muito feliz em já estar na edição 10 desse projetinho que gosto tanto, com MAIS DE 100 pessoas recebendo semanalmente em sua caixa de entrada. Obrigado mesmo, gente, de coração.
Para comemorar essa marca e aproveitar o período de festas, tenho um convite pra você. A última edição do ano vai ser especial: vocês, leitores, que vão falar dos jogos que quiserem!
Quer participar? É bem simples! Escolha UM jogo que você jogou durante 2022 e gostou bastante — não precisa ser um jogo lançado esse ano, mas que você jogou esse ano. Escreva 1 parágrafo sobre ele, contando porque outras pessoas deviam jogar ele também. Agora é só entrar nesse formulário e preencher!
Vou tentar colocar a maior quantidade de textos na edição, então não deixe de mandar! O prazo pra submissão é até o fim do dia 23/02/2022. Não deixe de participar e fazer parte dessa edição tão especial pro SPJ! 💜
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na edição de hoje: aparentemente eu tinha dois jogos pra indicar que eram sobre rodar coisas e falei “hm, olha só”
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Spin Rhythm XD
agora até você pode pagar de DJ
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Eu adoro jogos rítmicos, mas eu tenho que admitir que poucos deles realmente me fazem sentir que estou tocando um instrumento de verdade. Tirando a bateria de Rock Band, eu sempre senti que estava apertando botões no ritmo da música e isso era bem divertido, mas sempre foi levemente artificial. Spin Rhythm XD foi a primeira vez que eu senti que eu e a música eramos um só. A ideia é simples: quadrados coloridos neon vem em direção ao seu “círculo” e você deve rodá-lo para encaixar cada peça na sua cor correta, seguindo o ritmo da música.
É difícil realmente explicar como o jogo é sem ver (por isso que a imagem dessa vez é um GIF, inclusive). Parece frenético, mas é bem manejável nas dificuldades mais simples. A ideia original era jogar com um turntable de DJ mesmo, usando os discos pra girar no jogo, mas eu só joguei usando o mouse e gostei bastante, na verdade. É legal ter um controle mais analógico pra um jogo de ritmo, que geralmente sempre se limita a apertar botões, e eu acho que ele consegue ter uma tolerância bem legal pra esse tipo de controle.
Todo o conteúdo do jogo está liberado desde o começo, sem necessidade de realmente terminar fases de forma perfeita para desbloquear novas músicas ou coisas do tipo. Enquanto a lista oficial de músicas é mais focada em eletrônica e remixes, a comunidade crescente do jogo já está mapeando muitas (muitas) músicas customizadas. No fim das contas, é um daqueles novos formatos de jogo rítmico pra deixar instalado e jogar quando quiser rodar um pouquinho no ritmo.
Eu sei que Spin Rhythm XD não é pra todo mundo pelo quão diferente ele é, principalmente considerando outros jogos famosos do gênero, como Guitar Hero e Dance Dance Revolution. Mas, se você gosta de experiências rítmicas diferentes, eu realmente recomendo dar uma chance pra ele. Eu queria conseguir explicar melhor em palavras, mas o ato de girar e seguir a música nesses cenários neon foi meio catártico pra mim. Ele sempre tá instalado, sempre volto pra ele e virou um dos meus preferidos!
Spin Rhythm XD
por Super Spin Digital
Duet
rodar até não saber mais o que não é rodar
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Em 1975, o psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi descreveu em suas pesquisas o que ele chamou de “estado de fluxo”, ou estado de flow. Nós, humanos, entramos em flow quando estamos completamente imersos em uma atividade, enquanto engajamos e aproveitamos fazê-la. Por mais que seja um conceito bem amplo, ele é um assunto recorrente em game design e um dos grandes objetivos de muitos jogos. Imagina conseguir fazer um jogo tão bom que faz a pessoa, por um pequeno momento que seja, se sentir realmente parte daquele mundo. Pra mim, a minha primeira experiência de flow com jogos foi com Duet.
Eu sei que é engraçado fazer uma introdução tão científica pra um jogo tão simples que eu joguei no celular, mas Duet tem realmente algo de especial. O conceito é simples, com uma bolinha vermelha e uma bolinha azul rodando em volta de um círculo. Tocar em um lado da tela roda as duas bolinhas em um sentido, tocar no outro roda elas ao contrário. Seu objetivo é desviar de todas as formas brancas que se aproximam das bolinhas sem colidir com elas até que a fase termine. Simples e objetivo.
Na primeira vez que joguei, eu simplesmente perdia, seguidas vezes, sem saber o que eu tava fazendo de errado. Os quadrados brancos vinham muito rápido, eu rodava pro lado errado, sei lá… Mas depois de uns minutos, eu tava começando a entender mais. As fases não pareciam desafios tão grandes. Quando eu vi, eu tinha passado TRÊS horas rodando essas bolinhas e aproveitando o visual minimalista e a boa trilha sonora.
Até hoje, se eu pegar pra jogar, eu consigo passar de fases super complicadas sem muito trabalho. É como se eu tivesse não só desenvolvido uma memória muscular, é realmente como se meus sentidos tivessem sido estendidos a estas bolinhas coloridas. Duet me fez realmente experimentar um estado de flow com mecânicas super simples, desafios interessantes em um pacote bem acessível, direto na telinha do celular. Mesmo que você não sinta esse fluxo como eu senti, ainda é um ótimo joguinho que sempre vou recomendar.
Duet
por Kumobius