Eu Joguei em 2022 | Seu Próximo Jogo #11
nesta edição: os dois melhores jogos que joguei esse ano (e em toda a minha vida, sendo sincero)
Bom dia pra você do outro lado da tela! Essa é a décima primeira edição da sua curadoria semanal de jogos de jogos únicos, marcantes e com personalidade ― quem sabe você não encontra aqui Seu Próximo Jogo? Meu nome é Gabriel Toschi e já estou demais em clima de Natal. Afinal de contas, o ano de 2022 está acabando e está na hora de olhar pra trás e ver quais jogos incríveis jogamos. E na hora de comer chocotone também. Adoro chocotone.
Eu nunca gostei muito do conceito do Game of the Year, o famoso GOTY ― eu nunca tinha dinheiro ou tempo pra jogar muita coisa logo no lançamento. Por isso, sempre fui adepto do POTY, ou Played of the Year. Além de ser mais acessível e democrático, também tem nome de guaraná.
Nessa edição, eu começo falando dos 2 jogos que mais gostei de experimentar esse ano, mas eu estou esperando a sua participação também! Desde sexta passada, estou recebendo textos incríveis dos leitores do SPJ que vão tornar a última edição do ano ainda mais especial.
Quer participar? É bem simples! Escolha UM jogo que você jogou durante 2022 e gostou bastante — não precisa ser um jogo lançado esse ano, mas que você jogou esse ano. Escreva 1 parágrafo sobre ele, contando porque outras pessoas deviam jogar ele também. Agora é só entrar nesse formulário e preencher!
Lembrando que o prazo de submissão vai até hoje no fim do dia! Então não perde tempo e manda logo seu joguinho pra gente! 💜
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na edição de hoje: as duas experiências de videogame mais incríveis que tive em 2022 - e eu realmente quero que você queira experimentá-las também
Caso tenha recebido esse link por alguém ou encontrado em uma rede social, você pode receber o Seu Próximo Jogo toda sexta-feira, às 9h, na sua caixa de entrada! É só clicar aqui e deixar seu e-mail que semana que vem estou aí com você. Se você já recebe no seu e-mail, que tal compartilhar o link dessa edição com alguém clicando no botão abaixo? Bons jogos!
Sayonara Wild Hearts
uma singular experiência de música pop e luzes neon
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Sabe quando você tem uma experiência tão incrível, tão diferente, tão singular, tão bem feita, com tanto carinho envolvido, que, ao fim dela, parece que a sua percepção do que é incrível simplesmente mudou? Isso foi o que aconteceu depois das minhas 4 horas de jogatina em Sayonara Wild Hearts.
É fácil explicar sobre o que jogo se trata, na verdade. Sayonara Wild Hearts é um jogo de arcade runner, onde você deve desviar de obstáculos em níveis cada vez mais surreais. Toda a temática vem do coração partido da protagonista, que entra em uma jornada meio mágica (e meio de autoconhecimento) ao se tornar uma super-heroína mascarada. O visual neon e as incríveis músicas originais fecham o pacote, mostrando uma direção de arte e tema impecáveis.
O difícil mesmo é explicar o que o jogo significa pra mim e porque eu gostei tanto dele. A verdade é que eu não sei bem muito o porquê ― não a toa eu estou adiando tanto tempo para escrever a recomendação dele por aqui. Eu amei jogar Sayonara Wild Hearts, eu chorei quando terminou de tão incrível que tinha sido e eu não consigo exatamente colocar em palavras o motivo disso tudo.
Eu só lembro de estar completamente imerso pelas quatro horas que demorei pra completar a campanha do jogo. Novas fases, novos personagens e, principalmente, novas músicas completamente maravilhosas apareciam pra mim a cada momento, e eu só me deixei levar por essa experiência. É como se eu estivesse assistindo um musical no teatro, com altos e baixos de uma história surreal e que eu podia fazer parte dela de alguma forma.
As músicas são tão boas que o compositor da trilha, Daniel Ólsen, foi o meu artista mais ouvido do Spotify esse ano de tanto que eu ouvi e reouvi algumas das músicas, todos os dias. Eu amo essas músicas.
Sayonara Wild Hearts talvez seja a prova que jogos são uma mídia especial e podem permitir experiências únicas caso ela seja usada com maestria. Nessa versão interativa de um álbum de música pop, com cidades e personagens brilhando a cada minuto, com o controle na sua mão, tudo é possível, até mesmo esquecer o mundo que está a sua volta. “Corações selvagens nunca morrem” e obras-primas como essa também não.
Sayonara Wild Hearts
por Simogo, Annapurna InteractiveSteam (Windows)
Apple Arcade
Nintendo Switch
PlayStation Store
Xbox Store
Tinykin
a grande pequena aventura de “mundos cheios”
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Faz uns anos já que as pessoas estão nessa loucura de querer “mundo aberto” em tudo. Quanto maior o mundo, menos paredes ele tem e mais ele me dá preguiça. Não que jogos em mundo aberto sejam ruim, longe disso, mas não é exatamente o tipo de coisa que me fascina.
Eu quero cunhar aqui o termo “jogos de mundos cheios”: fases até que pequenas, mas transbordando de conteúdo. Sim, o mapa é limitado, eu consigo ver as paredes, eu vou de um lado pro outro bem rápido, mas em cada canto tem algo diferente pra conhecer, ver e me divertir. Como o responsável oficial pelo termo “mundo cheio”, declaro Tinykin um dos melhores representantes desta categoria.
Sem muita explicação, você é Milo, um pequeno (quase minúsculo) humano que veio parar em um mundo estranho… que na verdade é uma casa abandonada dos anos 90. Quando eu falo normal, é que ela está no tamanho que devia ser, o que pra Milo é completamente enorme! Cada fase se passa dentro de um dos cômodos da casa que se transformaram em verdadeiros “mundos cheios”, com diferentes insetos e suas pequenas sociedades. Para enfrentar os desafios da casa, você ganha a ajuda dos diferentes Tinykin ― criaturinhas fofíssimas capazes de carregar objetos, explodir coisas e ajudar na sua locomoção.
Acho que é impossível falar desse jogo sem comentar o quão gostoso e divertido é simplesmente jogá-lo. Controlar Milo é muito fácil e simples, as fases são meticulosamente criadas para serem fáceis de navegar ao mesmo tempo que escondem segredos em cada buraco possível. Os Tinykin são divertidos e sempre expandem a forma como você lida com os cenários de forma bem natural. E por mais que a história geral (e o final do jogo) não cheguem ao pé de tudo isso, as pequenas histórias dos insetos em cada fase nunca deixaram de me fazer sorrir.
Caso você tenha essas referências, é fácil vender esse jogo como uma mistura da movimentação e objetivos de Banjo-Kazooie, com a estética de Chibi-Robo e as mecânicas de estratégia de Pikmin. Mas se você nunca jogou nenhum desses, você definitivamente pode começar direto pelas aventuras de Milo e seus pequenos companheiros. Tinykin é um jogo que se preocupa em simplesmente ser divertido a cada minuto ― e consegue isso com uma proeza que pouquíssimos outros jogos conseguem.
Tinykin
por Splashteam, tinyBuildSteam (Windows)
Nintendo Switch
PlayStation Store
Xbox Store / Game Pass