Ao Infinito e Além | Seu Próximo Jogo #13
nesta edição: duas aventuras no espaço pra começar bem o ano novo sem limites
Bom dia pra você do outro lado da tela! Essa é a décima terceira edição da sua curadoria semanal de jogos de jogos únicos, marcantes e com personalidade ― quem sabe você não encontra aqui Seu Próximo Jogo? Meu nome é Gabriel Toschi e já estamos começando 2023 a todo vapor com muitos novos joguinhos pra recomendar pra você! Espero que tenha gostado da edição especial de fim de ano e vamos em rumo à próxima.
Falando nela, foi muito legal ter outras pessoas, com outros gostos, recomendando jogos que eu nunca jogaria aqui pra vocês. Por isso, quero trazer mais textos de outras pessoas nas edições durante o ano também, começando por hoje! O primeiro texto é do amigo Bruno Andreghetti sobre um jogo que eu definitivamente preciso jogar em breve, porque parece uma experiência incrível.
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na edição de hoje: pra começar 2023 do jeito certo, é hora de ir atrás das estrelas que dão esperança para um mundo melhor ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐
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Outer Wilds
o jogo para o qual é proibido dar spoilers
por Bruno Andreghetti (linktree)
Existem dois tipos de pessoa no mundo: as que não jogaram Outer Wilds e as que gostariam de poder jogar novamente como se fosse a primeira vez. É até difícil recomendar ele sem sentir que estou estragando uma parte da experiência do jogador, mas vou tentar: você joga na pele de uma astronauta novata em sua primeira decolagem para fora de Timber Hearth, seu planetinha que tem um programa espacial apesar de abrigar poucas dezenas de habitantes.
Em todo o jogo existe apenas um único diálogo obrigatório com o chefe do programa espacial, que te dá algumas ideias do que fazer no seu primeiro voo, e a partir daí você pode explorar livremente o pequeno sistema solar onde eles vivem.
O jogo é todo baseado em física, com algumas demonstrações em que os desenvolvedores claramente estavam se gabando. Por exemplo: existe uma mesa no museu do programa espacial com algumas bolinhas sobre ela que, de vez em quando, rolam de uma borda à outra da mesa. Ao lado, uma placa explica que as bolinhas se movem graças à atração gravitacional de Attlerock - a lua que orbita o planetinha. O fenômeno não é programado explicitamente, mostrando que todo objeto do jogo está sujeito às forças gravitacionais à sua volta.
A trilha sonora é inesquecível e, se você é como eu que gosta de reviver os jogos através de suas trilhas sonoras, você provavelmente vai ter umas boas adições pra sua playlist e vai se pegar cantarolando por semanas após terminar o jogo. De resto, vocês terão que confiar em mim e embarcar nessa experiência incrível que infelizmente só se pode ter uma vez na vida.
Outer Wilds
por Mobius Digital, Annapurna InteractiveSteam (Windows)
Epic Games Store
PlayStation Store / Plus Extra
Xbox Store
VVVVVV
o de cima desce e o de baixo sobe
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Há quem diga que o nome desse jogo é estúpido, mas, pra mim, VVVVVV é um nome e um jogo estupidamente geniais. Ele não representa apenas o nome dos seis tripulantes da nave que, após um acidente espacial, foram teletransportados para lugares completamente estranhos e diferentes. Também representa a principal mecânica presente no jogo: ao invés de pular como em qualquer outro jogo de plataforma, você tem apenas um botão para inverter a gravidade automaticamente. O chão vira teto, o teto vira chão, mas apenas para você e não para o resto da fase.
Boa parte dos desafios são focados em uma única tela, dando tempo para entender o que está acontecendo com calma. Além disso, os checkpoints são bem generosos, então é raro realmente ter que repetir muitas coisas fáceis só por ter morrido em algum lugar. É engraçado como uma proposta tão simples de desviar de tudo enquanto inverte a gravidade pode ter ambientes tão variados mecanicamente.
A outra coisa maluca desse jogo é que ele é praticamente um “proto-mundo aberto”. O mapa é bem grande (pra proposta dele), com todas as telas conectadas, como o saudoso Adventure do Atari 2600. Então, a sua missão não é só passar dos desafios, encontrar os tripulantes (e os círculos de energia extras) e conseguir escapar; você também precisa aprender a se localizar nessa estranha parte do espaço. A tela de pause tem um mapa que vai sendo construído conforme você explora os locais e acaba facilitando esse processo que é bem recompensador.
Eu acho que VVVVVV representa muito bem o que eram jogos independentes há mais de 10 anos atrás: propostas simples, experimentais e feitas com muito carinho. Além das mecânicas diferentes e muito bem aplicadas, o visual meio DOS/meio Commodore 64 e a trilha sonora chiptune com músicas que não tinham o direito de ser tão boas são a cereja do bolo de uma experiência de videogame muito boa e singela. O céu não é mais o seu limite, e nem o teto é.
VVVVVV
por Terry Cavanagh