No Reino Animal | Seu Próximo Jogo #17
nesta edição: ratinhos, passarinhos e gatinhos assumem o controle com joguinhos aconchegantes
Bom dia pra você do outro lado da tela! Essa é a décima sétima edição da sua curadoria quinzenal de jogos de jogos únicos, marcantes e com personalidade ― quem sabe você não encontra aqui Seu Próximo Jogo? Meu nome é Gabriel Toschi e a bicharada tá solta por aqui hoje. Eu fico muito feliz quando posso trazer jogos que gosto muito por aqui e ainda encontro um tema legal pra juntar eles na edição.
Inclusive, essa edição da newsletter é dedicada aos meus gatinhos incríveis, a Mujica e o Prince, que entraram na minha vida a pouco tempo, mas que fazem o meu coração ronronar que nem eles! 💜 É tão bom ter bichinho, né, gente? E tão bom quanto é jogar jogo de bichinho, então vamos lá!
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na edição de hoje: tem jogo de gatinho fazendo coisa de gatinho, tem jogo de passarinho aprendendo a voar e tem coisa de ratinho soltando raio
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A Short Hike
voar, voar, subir, subir, ir por onde for
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Eu lembro demais daqueles filmes cujo único fio de trama era ver um adolescente da cidade indo para o interior totalmente contrariado, só pra aprender a beleza da simplicidade, do contato com outras pessoas e das paisagens mais simples. A Short Hike tem uma história parecida, mas ao colocar você no controle dessa pequena passarinha muda completamente a perspectiva que temos dessa evolução. Ela precisa muito falar no celular e o único lugar que tem sinal é no topo da montanha — o único caminho para chegar lá é escalar e se conectar com o lugar.
Pouquíssimos jogos são tão aconchegantes como A Short Hike. Além desse objetivo inicial, o jogo te deixa livre pra explorar o colorido parque, conversar com seus moradores e visitantes e explorar no seu próprio tempo. A “progressão” do jogo é dada por penas douradas, que aumentam sua capacidade de levantar voo. Elas são encontradas em lugares específicos da ilha, como presentes de outros animais por ajudá-los ou comprando com o dinheiro que você encontra jogado por aí. Aliás, eu já comentei que voar nesse jogo é muito bom? Os controles são tão simples e fáceis que eu ficava facilmente passeando por aí sem rumo só pra me divertir e relaxar.
Até os diálogos são fofinhos e bobos, mas muito sinceros e aconchegantes. Cada personagem tem sua forma de falar, seus próprios desejos e é bonitinho como a passarinha realmente forma uma amizade sincera com vários deles, sabe? Até o final da história, alcançada ao chegar no topo da montanha, é de aquecer o coração. Esse visual 3D-pixel-art e uma maravilhosa e calma trilha sonora também ajudam a construir um ambiente tão gostoso que é a pedida perfeita para um dia que você tá meio borocoxô.
No fim das contas, A Short Hike é sobre aproveitar as mudanças e os novos lugares que vamos caminhando pela vida. Aprendendo com as pessoas em volta e subindo as montanhas que aparecem. Esse jogo foi bem importante em uma semana da minha vida em anos passados e eu espero que o Parque Provincial Hawk Peak também seja um lugar acolhedor pra você como foi pra mim.
A Short Hike
por Adam Robinson-YuSteam (Windows/Mac/Linux)
GoG (Windows/Mac/Linux)
Epic Games Store (Windows)
PlayStation Store
Xbox Store
Nintendo Switch
The Spirit and the Mouse
é um jogo sobre um rato elétrico mas não o que você tá pensando
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Em uma nota que parece aleatória pro momento, eu tenho um carinho muito grande pelo jogo de computador do filme Ratatouille. Não só porque eu gostava muito do filme, mas porque o joguinho era realmente legal, sabe? Era legal andar pelos cenários franceses como um pequeno ratinho, coletando itens, ajudando outras pessoas e fazendo uns desafios simples de plataforma 3D. Ah, é, parece que eu quase defini The Spirit and the Mouse. Com uma pegada mais focada em puzzles e minigames do que batalha e coleta, a aventura da ratinha Lila também ganhou muito o meu coração desde o começo.
A história do jogo se passa no pequeno vilarejo francês de Sainte-et-Claire, com suas casinhas e restaurantes típicos. Durante uma grande tempestade, a pequena ratinha Lila acabou recebendo o poder de um espírito de eletricidade. Agora, é a missão dela ajudar a restaurar a energia de todos os transformadores da Lila, procurando os Kibblins, pequenos seres de energia, que estão vagando sem rumo por aí. Em cada capítulo do jogo, você explora novas áreas da vila e conhece Kibblins cada vez mais diferentes e fofinhos.
O grande desafio do jogo é aprender a navegar no mundo usando os novos poderes de eletricidade de Lila. Conforme você ganha gratidão por resolver os problemas, novas habilidades são liberadas, como poder se tornar um raio para ultrapassar telas de metal ou usar fios de energia para alcançar lugares mais altos. Cada Kibblin também precisa de ajuda com algo, o que sempre leva a um pequeno minigame ou uma missão de coleta pela vila que é bem divertida. O jogo tem alguns coletáveis especiais na forma de lâmpadas azuis, que se perderam da praça principal durante a tempestade.
No fim, é um jogo bem mais aconchegante do que eu esperava. Não tem inimigos ou batalhas difíceis, é apenas uma ratinha que tem um coração enorme tentando ajudar as pessoas da vila, mesmo sem ninguém saber que ela sequer existe. Cada nova historinha, cada novo Kibblin, cada nova área de Sainte-et-Claire dava um calorzinho no coração, sabe? Mecanicamente falando, ele é bem focado em movimentação e entendimento do espaço, mas acho que The Spirit and the Mouse é um bom jogo pra aproveitar uma noite chuvosa com essa ratinha elétrica que é mais fofinha que qualquer “monstrinho de bolso” por aí.
The Spirit and the Mouse
por Alblune, Armor Games StudiosSteam (Windows)
GoG (Windows)
Epic Games Store (Windows)
Nintendo Switch
Catlateral Damage: Remeowstered
todo mundo quer a vida que um gato tem
por Gabriel Toschi (site / twitter)
Não tem um dia que eu acordo cedo pra trabalhar que eu não olho pros meus gatinhos e fico pensando como é bom ser um gato, né? Ele vai na caixinha, joga areia pra fora, sobe em cima do computador, derruba minhas coisas no chão, arranha o sofá e depois vai dormir. Eu vou, fico bravo por exatos 12 segundos, olho pra coisinha mais fofa do mundo e vou coçar o gato até ele ronronar. É bom demais ser um gatinho e foi por isso que eu gostei tanto das poucas horas que tive com Catlateral Damage: Remeowstered.
O jogo é literalmente um simulador de gatinho travesso em primeira pessoa: você sai correndo pelos cenários, derrubando e batendo em tudo que puder com as suas patinhas. Os jogos ainda tem alguns objetivos específicos, como arranhar as cortinas ou achar seus brinquedinhos, mas é basicamente um caos sem fim que nunca acaba. Em tese, o jogo tem uma barra de energia que vai esgotando, com lugares para descansar e recuperá-la (além de saquinhos de catnip que dão um boost de velocidade), mas ela praticamente nunca acaba e não é realmente um desafio.
A grande graça de Catlateral Damage é realmente sair arranhando tudo e fazendo o caos, sabendo que o seu dono vai chegar e achar você muito fofinho mesmo assim. O jogo não é exatamente lindo, mas os cenários são criativos e é interessante encontrar os segredos em cada canto, como num collectathon felino caótico. Você ainda pode desbloquear novos gatinhos como skins e fotos de gatos para ver ao derrubar quadros que estejam nas paredes.
No fim das contas, o jogo nem é tão bom assim como jogo, mas pra eu que virei gateiro a pouco tempo, Catlateral Damage: Remeowstered foi muito mais divertido do que eu esperava. Passar 5 minutinhos derrubando tudo com as minhas patinhas me deixava muito mais feliz pra viver o resto do dia. No fim das contas, eu acho que só precisava gastar minha energia pra ir dormir e ronronar feliz como o bom gatinho que eu queria ser.
Catlateral Damage: Remeowstered
por Manekoware, Fire Hose Games
oi, eu postei a newsletter no dia errado. é carnaval, dá um desconto. bjs <3